Dia da Ira - Dies Irae
Dia da Ira
Pensa-se que foi escrito por Tomás de Celano
1200-1265 – Sec XIII
Dia da ira! Aquele dia
Em que os séculos se dissolverão em cinzas
Como testemunharam David e Sybilla!
Quanto pavoroso será
Quando o Juiz estiver para vir
Julgar tudo rigorosamente!
A trombeta entoando um som miraculoso
Pelos sepulcros da região
Conduzirá todos perante o trono
Morte e natureza pararão
Quanto ressurgir a criação
Prestes a responder ao Juiz
O livro escrito será proferido
Em que tudo está contido
De onde o mundo será julgado
Quando o juiz tomar o seu lugar
Tudo o que é escondido, revelar-se-á
Nada permanecerá impune!
O que eu, um miserável, direi?
A que patrono rogarei
Quando nem o justo estiver seguro?
Rei de grande majestade
Que salva livremente os que devem ser salvos
Salva-me, ó fonte de piedade
Lembre-se, piedoso Jesus
Que eu sou a causa de sua vinda
Não me perca naquele dia
Buscando-me, sentaste exausto
Redimiste-me, sofrendo na Cruz
Que tal trabalho não seja em vão
Justo Juiz da vingança
Dai-me o dom da remissão (dos pecados)
Antes do dia do acerto de contas
Gemo, como um réu
Minha culpa me deixa vermelho de vergonha
Poupa o suplicante, ó Deus
Tu que absolveste Maria Madalena
E ao ladrão na Cruz ouviste
Também a mim deste esperança
Minhas preces não são dignas
Mas, Tu és bom, age com bondade
Para que eu não pereça no fogo eterno
Coloque-me entre as ovelhas
Retira-me para longe dos bodes
Coloca-me, em pé, a tua direita
Condenados, os malditos
Lançados nas chamas ardentes
Chamai-me com os benditos
Oro a vós e me ajoelho
Com o coração contrito em cinzas
Cuidai do meu fim
Dia de lágrimas aquele
Em que ressurgirá das cinzas
O homem para ser julgado
Tende piedade dele, ó Deus
Ó misericordioso, Senhor Deus
Concedei-lhe o repouso eterno
Amém!
Dies Irae (latim)
Pensa-se que foi escrito por Tomás de Celano
– 1200-1265 – Sec XIII
Dies iræ! Dies illa
Solvet sæclum in Favilla
Teste david cum sibylla!
Quantus tremor est futurus
Quando iudex est venturus
Cuncta stricte discussurus!
Tuba mirum spargens sonum
Per sepulchra regionum
Coget omnes ante thronum
Mors stupebit et natura
Cum resurget creatura
Iudicanti responsura
Liber scriptus proferetur
In quo totum continetur
Unde mundus iudicetur
Iudex ergo cum sedebit
Quidquid latet apparebit
Nil inultum remanebit
Quid sum miser tunc dicturus?
Quem patronum rogaturus
Cum vix iustus sit securus?
Rex tremendæ majestatis
Qui salvandos salvas gratis
Salva me, fons pietatis
Recordare, iesu pie
Quod sum causa tuæ viæ
Ne me perdas illa die
Quærens me, sedisti lassus
Redemisti crucem passus
Tantus labor non sit cassus
Iuste iudex ultionis
Donum fac remissionis
Ante diem rationis
Ingemisco, tamquam reus
Culpa rubet vultus meus
Supplicanti parce, Deus
Qui mariam absolvisti
Et latronem exaudisti
Mihi quoque spem dedisti
Preces meæ non sunt dignæ
Sed tu bonus fac benigne
Ne perenni cremer igne
Inter oves locum præsta
Et ab hædis me sequestra
Statuens in parte dextra
Confutatis maledictis
Flammis acribus addictis
Voca me cum benedictis
Oro supplex et acclinis
Cor contritum quasi cinis
Gere curam mei finis
Lacrimosa dies illa
Qua resurget ex favilla
Iudicandus homo réus
Huic ergo parce, Deus
Pie Jesu domine
Dona eis requiem
Amem!
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Referências
- Júlio II – 216º Papa da Igreja Católica (1503-1513)
- Tomás de Celano – Frade Franciscano *1185 +1260