Dia da Ira
Dia da Ira

Dia da Ira

Dia da Ira - Dies Irae

Juízo Final Capela Sistina, Michelangelo
Terrores deste dia.
[14] O dia grande do Senhor está próximo; está próximo, vai chegando com velocidade! Tremendo é o ruído do dia do Senhor; o forte se verá nele em grande aperto. [15] Esse dia será um dia de ira, um dia de tribulação e angústia, um dia de calamidade e miséria, um dia de trevas e escuridão, um dia de nuvens e espesso nevoeiro, [16] um dia de trombeta e de gritos guerreiros contra as cidades fortificadas e contra as torres elevadas. (Sofonias 1, 14-16).

Dia da Ira

Pensa-se que foi escrito por Tomás de Celano

1200-1265 – Sec XIII

Dia da ira! Aquele dia
Em que os séculos se dissolverão em cinzas
Como testemunharam David e Sybilla!

Quanto pavoroso será
Quando o Juiz estiver para vir
Julgar tudo rigorosamente!

A trombeta entoando um som miraculoso
Pelos sepulcros da região
Conduzirá todos perante o trono

Morte e natureza pararão
Quanto ressurgir a criação
Prestes a responder ao Juiz

O livro escrito será proferido
Em que tudo está contido
De onde o mundo será julgado

Quando o juiz tomar o seu lugar
Tudo o que é escondido, revelar-se-á
Nada permanecerá impune!

O que eu, um miserável, direi?
A que patrono rogarei
Quando nem o justo estiver seguro?

Rei de grande majestade
Que salva livremente os que devem ser salvos
Salva-me, ó fonte de piedade

Lembre-se, piedoso Jesus
Que eu sou a causa de sua vinda
Não me perca naquele dia

Buscando-me, sentaste exausto
Redimiste-me, sofrendo na Cruz
Que tal trabalho não seja em vão

Justo Juiz da vingança
Dai-me o dom da remissão (dos pecados)
Antes do dia do acerto de contas

Gemo, como um réu
Minha culpa me deixa vermelho de vergonha
Poupa o suplicante, ó Deus

Tu que absolveste Maria Madalena
E ao ladrão na Cruz ouviste
Também a mim deste esperança

Minhas preces não são dignas
Mas, Tu és bom, age com bondade
Para que eu não pereça no fogo eterno

Coloque-me entre as ovelhas
Retira-me para longe dos bodes
Coloca-me, em pé, a tua direita

Condenados, os malditos
Lançados nas chamas ardentes
Chamai-me com os benditos

Oro a vós e me ajoelho
Com o coração contrito em cinzas
Cuidai do meu fim

Dia de lágrimas aquele
Em que ressurgirá das cinzas
O homem para ser julgado

Tende piedade dele, ó Deus
Ó misericordioso, Senhor Deus
Concedei-lhe o repouso eterno

Amém!

Dies Irae (latim)

Pensa-se que foi escrito por Tomás de Celano

 – 1200-1265 – Sec XIII

Dies iræ! Dies illa
Solvet sæclum in Favilla
Teste david cum sibylla!

Quantus tremor est futurus
Quando iudex est venturus
Cuncta stricte discussurus!

Tuba mirum spargens sonum
Per sepulchra regionum
Coget omnes ante thronum

Mors stupebit et natura
Cum resurget creatura
Iudicanti responsura

Liber scriptus proferetur
In quo totum continetur
Unde mundus iudicetur

Iudex ergo cum sedebit
Quidquid latet apparebit
Nil inultum remanebit

Quid sum miser tunc dicturus?
Quem patronum rogaturus
Cum vix iustus sit securus?

Rex tremendæ majestatis
Qui salvandos salvas gratis
Salva me, fons pietatis

Recordare, iesu pie
Quod sum causa tuæ viæ
Ne me perdas illa die

Quærens me, sedisti lassus
Redemisti crucem passus
Tantus labor non sit cassus

Iuste iudex ultionis
Donum fac remissionis
Ante diem rationis

Ingemisco, tamquam reus
Culpa rubet vultus meus
Supplicanti parce, Deus

Qui mariam absolvisti
Et latronem exaudisti
Mihi quoque spem dedisti

Preces meæ non sunt dignæ
Sed tu bonus fac benigne
Ne perenni cremer igne

Inter oves locum præsta
Et ab hædis me sequestra
Statuens in parte dextra

Confutatis maledictis
Flammis acribus addictis
Voca me cum benedictis

Oro supplex et acclinis
Cor contritum quasi cinis
Gere curam mei finis

Lacrimosa dies illa
Qua resurget ex favilla
Iudicandus homo réus

Huic ergo parce, Deus
Pie Jesu domine
Dona eis requiem

Amem!

Dia da ira: uma meditação sobre a morte e o juízo (2023)

Temperando o tema da morte e do juízo com belas orações e uma expressão de grande confiança na misericórdia de Deus, o hino medieval “Dies iræ” continua a ser, por sua linguagem, métrica e música, o mais majestoso de todos os poemas cristãos. Leia mais….

Referências